Nas salas de aula dos cursos de Administração, nos eventos de negócios, em fóruns de profissionais e organizações, quando tratamos da construção e consolidação de empresas, costumamos dar bastante ênfase a aspectos mais óbvios, como estratégia de mercado ou gestão financeira. Mas há outro elemento, tão estratégico e objetivo quanto qualquer outro, que tem um peso fundamental para o sucesso ou o fracasso de uma companhia: a ética. Uma organização está assentada em uma série de pilares e cada um deles é sustentado por um conjunto próprio de valores, visões e objetivos. Na relação com um fornecedor, pesam os custos e a agilidade. Com o consumidor, estão em jogo elementos como entrega de valor e retorno sobre o investimento. Entre empresa e colaborador, a troca se dá em torno da capacidade de cada um atender a expectativa do outro. Em comum, no entanto, todas essas relações têm o fato de serem ligadas por uma ponte ética, que se for quebrada pode colocar tudo a perder. Trabalhando a ética dentro da empresa "Quando falamos de ética, realmente nossa maior preocupação é justamente que não se faça um programa que fique no papel. De nada adianta ter investimento, imprimir códigos de conduta, se eles vão ficar em cima de uma mesa, sem ninguém ler", afirma Roberta Paoloni, líder de Compliance da 3M na América Latina. É preciso ter ética ao lidar com parceiros, concorrentes, governos, comunidades e clientes. E isso precisa ser visto de maneira estratégica dentro das organizações. A 3M tem essa percepção em seu core e trata o assunto com atenção e responsabilidade. No ano passado a empresa foi reconhecida pelo terceiro ano consecutivo pelo Instituto Ethisphere como uma das empresas mais éticas do mundo e, também em 2016, pelo terceiro ano no Pró-Ética, iniciativa que reconhece as empresas no Brasil por promoverem um ambiente íntegro para reduzir os riscos de ocorrência de fraude e corrupção. "A cultura de ética passa por uma série de iniciativas que visam justamente que as pessoas vivenciem os valores e não apenas leiam o Código e o deixem encostados na mesa. Isso começa pelo que chamamos de “o tom de cima”, ou seja, a alta liderança, desde o CEO global ao presidente e diretores do Brasil, que representam a subsidiária, têm que passar para os funcionários seu exemplo de conduta ética no negócio. Não adianta ter funcionários muito comprometidos com ética se a liderança que traça o planejamento não age da mesma forma", acrescenta Roberta. Assumir uma conduta ética é uma responsabilidade de todos, que deve ser levada em conta em qualquer operação da empresa, “internamente e junto a clientes, fornecedores, governo, entre outros, conduzindo os negócios da companhia dentro dos princípios e valores de uma cultura que incentiva e é comprometida com a ética e transparência em todos os níveis”, complementa Roberta. Além disso, a empresa ainda oferece aos seus funcionários mecanismos internos que possibilitam a comunicação de qualquer irregularidade ou suspeita de violação à lei de forma sigilosa e inclusive anônima, tendo uma política expressa contra retaliação. A companhia conta ainda com vários mecanismos de avaliação de riscos dentro de seu programa de compliance. Impactos nos resultados "Temos visto no Brasil alguns exemplos que mostram de forma clara os impactos que condutas antiéticas podem provocar. As pessoas hoje têm uma facilidade grande de identificar o impacto negativo da falta de ética. O momento do Brasil fez as pessoas verem na prática as consequências disso. Dentro da 3M já desde muito tempo existe uma cultura de tolerância zero por falta de ética. Atalhos para atingir metas não são tolerados", explica Roberta. Entretanto, trabalhar o lado positivo da questão, ou seja, os ganhos promovidos pela cultura ética, é mais difícil. Por isso as ações com foco nesse aspecto têm aumentado. "Da parte positiva, um reforço muito grande que temos feito é de que o compliance pode ser uma vantagem competitiva. A 3M está inscrita em uma lista das empresas mais éticas do mundo. Um trabalho do instituto Ethisphere mostra que o valor das ações negociadas em bolsa dessas empresas que estão na lista e as das que não estão ao longo do tempo. As empresas que fazem parte do ranking das mais éticas têm obtido maior valor em suas ações do que as que não estão, demonstrando a existência de um “prêmio ético” e demonstrando que a cultura ética gera valor para a companhia. Os governos também têm buscado empresas em que podem confiar. Ao final, virou uma questão de sustentabilidade e em alguns casos existência da empresa no mercado”, comenta Roberta. O Código de Ética O compromisso com as boas práticas é algo essencial na hora de conduzir um negócio. Empresas que agem eticamente são aquelas que mais se destacam no mercado. E, para que a ética organizacional tenha um suporte consistente, definir a visão da empresa sobre o assunto em um código claro e objetivo é importante. O Código Conduta da 3M foi elaborado pela primeira vez em 1988 e teve a última revisão em 2016. O documento reúne políticas que direcionam os funcionários de forma legal e ética nos negócios, e o resultado tem sido positivo. O reconhecimento pelo Instituto Ethisphere, importante centro de pesquisa norte-americano que avalia a excelência de empresas em promover padrões e práticas éticas de negócios internamente, e o selo de Empresa Pró-Ética, concedido pela Controladoria Geral da União - reforça a importância do trabalho que vem sendo realizado no intuito de garantir que gerentes e funcionários tomem sempre decisões éticas. E na sua organização, como o tema “Ética” tem sido tratado? Deixe seu comentário sobre o assunto.
Fonte: Administradores
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